quinta-feira, 28 de abril de 2011

E como fica esta história?

Oi pessoal...

Vocês se lembram do caso do menino australiano que sofria bullying e que um belo dia decidiu reagir e colocar um ponto final nas agressões?


Ele estava no corredor da escola e sem mais nem menos apareceu um outro menino que começou a socá-lo no rosto, na barriga... Até que ele reuniu forças e acabou com o agressor, literalmente! O bully se machucou, saiu mancando e o menino agredido, chamado Casey Haynes, se transformou em um herói mundial, inclusive meu, afinal, nossos casos eram muito parecidos...
Não sei se vocês sabem, mas, eu também estava sendo agredido por vários meninos até que eu me enfureci e decidi reagir. Avancei com tudo para cima de um menino da minha classe que tinha, junto com outros quatro, acabado de chutar a minha carteira, e com isso, quase fui expulso da escola (conto a história todinha no meu livro, o Menino Transparente, da Editora Melhoramentos). O diretor me chamou e disse que não tolerava brigas e que socar alguém era perder a razão, não importava o motivo.
Eu e o meu agressor fomos suspensos, assim como o Casey e o valentão australiano.
Escolas não toleram brigas!!!
Mas eu estava sendo agredido por cinco meninos, só reagi contra um... Como ficaram os meus outros agressores? Será que o diretor chamou algum deles para conversar?
Não, eu acho que não... Eles não se preocuparam tanto assim com o meu caso.
Nem a escola australiana!!! O caso de Casey terminou com a suspensão e pronto!
Decidi pesquisar um pouco mais o caso australiano e achei entrevistas feitas com os dois meninos.
Descobri, assistindo ao depoimento do agressor do Casey, um menino chamado Richard,  que ele também tem lá seus problemas (não que eu tenha me simpatizado com ele, longe disso), e que a escola nunca percebeu...
Então, fica aqui a minha dúvida: qual o papel da escola em casos de bullying?
Como ela deve se posicionar?
Eu, sinceramente, torci a vida inteira para que alguém da minha escola percebesse que eu vivia sozinho, sem companhia, sem amigos... E que ser solitário é horrível para qualquer criança. Mas nunca ninguém deu a menor bola!!! Foi preciso que eu tivesse um ataque de raiva para que eu fosse notado...
Igualzinho ao Casey: e ele teve um mega ataque de raiva! E podia ter machucado muito o outro menino, sorte que não aconteceu nada.
Caramba!!!! Será então que as escolas não deveriam começar a prestar mais atenção aos alunos? Será que elas não devem se responsabilizar pelo bem-estar da criança em suas dependências? Ou será que o papel delas é apenas julgar os fatos depois que tudo aconteceu????
Eu preferiria um milhão de vezes ter conseguido reagir sem violência, desde o primeiro momento... Mas não consegui, estava lutando sozinho uma batalha contra muitos inimigos sem que tivesse ajuda de nenhum adulto! Segui pelo único caminho que eu enxerguei!
Ah! Teria sido tão bom se a minha escola tivesse prestado mais atenção em mim! Teria sido tão bom ter tido ajuda ANTES DO MEU ATAQUE DE RAIVA!!!!!!!!
Afinal, apesar de as coisas estarem mudando um pouco agora por lá, eu trocaria, sem nenhum esforço, a minha briga pelo convite para uma festa, para um jogo de futebol ou para um final de semana na casa de algum amigo... Todo mundo gosta de carinho!

Então, aproveito para colocar aqui o link com a entrevista com os meninos australianos. Se você tiver um tempinho, assista. É sempre bom a gente lembrar que toda história tem pelo menos 2 versões.

Um abraço

Rogério

http://revistaescola.abril.com.br/crianca-e-adolescente/comportamento/caso-casey-heynes-bullying-omissao-escola-622917.shtml

terça-feira, 19 de abril de 2011

Será que esta é a solução?

Oi amigos, 

Acabei de ler no Estadão que integrantes do Ministério Público preparam um antiprojeto de lei que será colocado em votação com a finalidade enviar para prisão os acusados de bullying.
Será que esta é a solução?
Eu sinceramente não sei,  não!
Olha só... 
Lá na minha escola a psicóloga chamou o Armandinho, aquele valentão que vivia me perseguindo, e desde então tem conversado muito com ele. 
Mas não é castigo não, é ajuda! E eu acho até que ele está gostando!
No começo ele saía da sala da psicóloga soltando raios pelo nariz de tão bravo e nervoso que ficava, mas depois, ele começou a melhorar. Outro dia até me convidou para jogar pingue-pongue... 
Não que tenha sido o começo de uma grande amizade (eu não me sinto nada confortável com o Armandinho ao meu lado), mas pelo menos acho que significa uma trégua muito importante para mim.
Mas o mais importante foi que, depois do jogo, ele veio conversar comigo e deixou escapar que a vida lá na casa dele é prá lá de complicada... O pai é muito violento, vive brigando com todos e, adivinhem só, principalmente com ele, coitado. E eu nunca imaginei que teria pena deste cara!
Pois é... Ele estava mesmo precisando de ajuda! 
Mas se em vez de ser chamado pela psicóloga ele tivesse sido preso e enviado para a Fundação Casa, o que teria acontecido? Será que ele estaria tendo ajuda necessária, ou estaria aprendendo com os outros detentos a se tornar ainda mais violento e mais valentão?
Pensem a respeito...

Um abraço

Rogério


 

 
Segrantes do Ministério Público prepararam anteprojeto de lei que será colocado em discussão e, depois, encaminhado para Brasília; proposta prevê, ainda, internação na Fundação Casa para os adolescentes

domingo, 17 de abril de 2011

Abaixo a tirania dos VALENTÕES - Bullying na Veja

Oi pessoal, tudo bem?

Está na capa da Veja: "As escolas não podem mais fingir que o bullying é problema só dos alunos e seus pais".

É isso aí!

O bullying está cada vez mais em evidência e isso é uma notícia muito, muito boa! Agora, com o assunto sendo tratado de maneira mais clara, ninguém vai poder fingir que "não estava vendo" o sofrimento das crianças que, como eu, acabaram caindo na mão dos bacanas da escola...

Pelo menos no meu caso alguém olhou por mim e a escola, como instituição, se fez presente, deixando bem clara sua posição. Mas quantos meninos e meninas não sofrem calados sem que ninguém perceba?

Se vocês soubessem como é angustiante ser transparente...

Bom, vou postar aqui o link da reportagem de capa da Veja desta semana, assim como a capa do meu livro, lançado este ano pela Editora Melhoramentos, que conta toda a minha história!

Um abraço

Rogério

http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/e-responsabilidade-da-escola-combater-o-bullying